terça-feira, 3 de novembro de 2009

Protocolo das Atividades do dia 13/10/09

Protocolo das Atividades do dia 13/10/09


Jeferson Luis Ligeiro



“No início uma conversa,
“vocês lembram como foi o encontro anterior?”
Depois um jogo de bastão
num ambiente novo.
Tentamos nos concentrar,
mas há o inseto, o pássaro que canta, as luzes que ofuscam...
Às vezes falta força, às vezes ela sobra.
O bastão cai e tudo se interrompe,
depois começa de novo.
E os objetos?
Podemos interagir com eles?
Estica aqui, contorce ali, descobrimos que somos criativos.
Com as pessoas a relação é mais complexa,
trocas de olhares, contato físico.
Não pode haver receio, é preciso se entregar ao jogo.
Por último conversas em trio...
“...você gosta de gatos...e o aquecimento global...
por que você quis psicologia... o nada é nada...
... o que pensa da escola...gosta de árvores...?”
Quando tudo termina estamos mais integrados,
mais tranqüilos e ansiosos pelo próximo encontro.”

Cine Cult - participação do TUSP

Protocolo do dia

TEATRO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Núcleo de Experiência e Apreciação Teatral de Ribeirão Preto*
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PROTOCOLO – 06/10/2009*
sob o ponto de vista de Leonardo R. Medeiros
coisa
corpo
do objeto
do outro
do eu
movimento
do corpo
do objeto
do outro
do eu
reflexo
dureza
leveza
movimento
outro eu
outro outro
nós
Escolho esta idéia em meio a tantas outras.
Foram do movimento, da percepção do individual em interação e dos
sentimentos dinamizados que se preencheram as re-flexões do pensamento – este
invasor da mente no corpo em atividade.
As tarefas de arremesso de bambu em roda – que não puderam ser feitas ao ar
livre, por causa do chuvisco – colocaram-nos no desafio de buscar uma desconhecida
tranqüilidade interior. Afinal, não poderíamos quebrar lustres, destruir quadros ou
furar alguns olhos. É certo que exagero nas conseqüências, mas é da busca pelas
causas, os motivos dos aparentes desesperos e correrias arritmadas, que mais acho
válido re-lembrar.
Por que era difícil respirar a calma? Por que era difícil se integrar ao bastão oco
com a leveza que lhe era própria? Perguntas que, se não tiveram respostas, fizeram-se
responsáveis pelo mover da mente da gente. Movimento que deve ter alterado, nem
que minimamente, as qualidades do devir de nossas totalidades corpo e alma.
As atividades de proposição de eventos rítmicos – onde, basicamente, alguém
iniciava um movimento e um som e era seguido da imitação coletiva – foram
igualmente ricas em dúvidas e saltos qualitativos. Levando-se em consideração as
percepções sonoras e visuais (sob campos de visão diferentes: ora 360, ora 180 graus)
fomos levados a dialogar com os sentidos. Partimos em busca das conexões entre
movimento e percepção, procurando fazer do sensível um canal para o entendimento
do corpo.
Ao final, criamos e partilhamos. Envergonhamos e desenvergonhamos. Sorrimos
e não choramos.
Fomos pra casa mais unidos e tranqüilos, caminhando e tropeçando sob nossos
corpos e olhares.


*O protocolo é um registro que foi inventado por Bertolt Brecht, importante encenador alemão do século XX.
*O Núcleo de Experiência e Apreciação teatral acontece na USP de Ribeirão Preto, todas as terças, das 19h30 as 22 horas no Centro de Visitantes e se utiliza do protocolo para registro do processo.
Aqui,no blog do TUSP de Ribeirão Preto, o protocolo torna-se modo de compartilhamento público das nossas descobertas no campo do teatro.